quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Pós-modernidade e historiografia...


Outro dia comprei um livro chamado “A Escrita da História” (org.) de Jurandir Malerba, onde é apresentada uma crítica ferrenha ao pós-modernismo historiográfico. Segundo o autor do artigo inaugural do livro – Jurandir Malerba – essa escola histórica “pulveriza” a história num mero gênero literário, afirmando que é uma corrente historiográfica que procura desconstruir o que foi afirmado pelas escolas históricas anteriores, mas ao mesmo tempo não acrescenta em quase nada ao pensamento histórico. O que me deixou curioso, foi que no mesmo livro no qual se encontrava este artigo, há um outro artigo de um cara chamado Hayden White, um dos ícones da historiografia pós-moderna, foi neste momento que percebi que não há uma linha de pensamento comum no livro composto de artigos de vários historiadores, o que podemos afirmar na existência de uma contradição, ou uma tentativa proposital em colocar autores de concepções historiográficas distintas. Segundo Hayden White no seu livro “Meta-História” a contradição é um elemento da ironia apresentada nas obras de vários historiadores e filósofos da história no século XIX, como Nietzsche por exemplo. Neste caso, o organizador do livro – Jurandir Malerba – cospe no prato em que está comendo ao organizar uma obra contraditória (pelo menos ao meu ver). Mas as colocações de Malerba me deixam inquieto, pois será mesmo que pensar a História como um gênero literário é reduzi-la? Ou será uma questão que permitiria para a História a perda de um status?

2 comentários:

  1. Pensar em história como literária não seria ao meu ver uma perda de tempo ou algo equivocado e mais além uma perda de tempo. Até por que o conceito de literatura é tão abrangente quanto ao de história.
    Ambos são manifestações da realidade das diversas sociedas. Não podemos disassociar a noção de que literatura é um dado cultural, pois, descreve a forma como os homens se organizavam ou organizam-se buscando entendê-la e quem sabe propor até soluções.
    A história, na minha humilde opinião, também se constitui desta afirmação e retem dos artifícios da historiografia literária . Seria, então, aqui nesse espaço pouco descrever tudo que sintetizaria o conceito tão abrangente de fato literário e história, mas é notório que ambos se preocupam com a descrição da forma de vivência do homem em meio multicultural.
    Logo. o historiador ou historiador literário teram que levar tias aspctos já mencionados em consideração sem acreditar que ossuem a razão. Lembremos que um bom observador e crítico é antes de tudo flexível ao processo de análise.

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